Bastidores das gravações de Artistas Plásticos Brasileiros
A gravação da cena de abertura do documentário sobre o pintor ISMAEL NERY, na Igreja da Ordem de São Francisco da Penitência, no alto do morro de Santo Antônio, no Largo da Carioca (RJ), deixou a equipe sem fôlego. As imagens ficaram incríveis. Contrastando com tamanha suntuosidade da igreja toda coberta de ouro, podemos ver a antiga masmorra onde ficava a Capela dos Escravos e um pouco da história triste de quem lá viveu e morreu. Nesse dia, passamos por sentimentos fortes e distintos.
A produção foi à procura do antigo dicionário da língua guarani escrito pelo padre Antonio Ruiz de Montoya, em 1876. Encontramos e conseguimos gravar no Real Gabinete Português de Leitura, que tem um exemplar em sua preciosa biblioteca. Porém, a atriz que interpretava a pintora TARSILA DO AMARAL mal conseguia folhear o livro para encontrar a palavra ABAPORÚ, porque as folhas estavam quase se desfazendo, de tão antigas.
Para gravar a abertura do documentário sobre a pintora ANITA MALFATTI, procuramos por diversos ateliês de pintura e fomos parar, mais que por acaso, na casa da artista plástica Teresa Prado. Por incrível coincidência, ela havia conhecido Anita quando ainda era pequena e tinha muitas lembranças da artista. Não se cansava de dizer que uma das recordações recorrentes era quando a pintora a pegava no colo.
Todas as imagens externas do documentário sobre o pintor CÍCERO DIAS foram gravadas em Recife (PE). Até um drone foi utilizado para termos uma visão bem ampla do mar da cidade. O problema mesmo foi conseguir uma boa imagem do Marco Zero sem turistas e evitar mostrar os trechos com calçamento já bem desgastado.
PANCETTI, o grande pintor das marinas, teve toda a abertura de mar. Gravamos vários dias por trechos de praias, rochedos e ondas, usando uma reprodução da paleta de cores que o próprio pintor usava e que ainda está conservada por sua neta.
Fomos para o Parque do Flamengo com a função de quebrar vidros de diferentes cores para dar vida ao sentimento que o pintor LASAR SEGALL descrevia. Acabou juntando uma galera querendo fotografar e filmar o nosso trabalho e todos queriam entender o motivo daquela “quebração” tão colorida.
Esse pessoal que trabalha em televisão são todos doidos!!!